Doses maiores

28 de outubro de 2013

No Brasil, dezenas de políticos assassinados todo ano

Os políticos são alvo de ódio e desprezo por parte da maior parte da população brasileira. Para a grande maioria conservadora, mereceriam a mesma morte reservada a criminosos comuns.

No entanto, dezenas de políticos morrem assassinados anualmente. Em 2012, por exemplo, o número de lideranças populares assassinadas cresceu 10,3% em relação a 2011. Estamos falando, principalmente, de sem-terra, indígenas e pescadores. Foram 32 casos registrados.

Os dados são do Conselho Indigenista Missionário, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. As mortes de lideranças urbanas por motivos políticos são mais raras, mas podem estar escondidas por trás de supostos assaltos ou acidentes.

Sem-terras, sem-tetos, indígenas, pescadores, sindicalistas, que lutam por seus direitos estão fazendo política em seu sentido mais nobre e corajoso. Enfrentam bandidos engravatados, que usam ternos importados, se deslocam de jatinho e têm bilhões de reais em paraísos fiscais.

Portanto, não é verdade que todos os políticos gozam de imunidade e impunidade no Brasil. Estes são privilégios reservados somente para aqueles que infestam os parlamentos e palácios do País. Para os que são despachantes luxuosos do grande capital nos gabinetes do poder. As exceções existem, mas são muito raras.

Essa situação continuará enquanto não convencermos a maioria da população de que fazemos política o tempo todo. E quem não a faz ativa e conscientemente também acaba sendo vítima dela. Não com a triste dignidade dos que morrem no papel de lideranças populares. Mas na vergonhosa condição de mais um caso na enorme mortalidade causada pela saúde pública destruída, violência policial, criminalidade, chacinas, trânsito violento, acidentes de trabalho.

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