Doses maiores

23 de outubro de 2013

Leilão de Libra: a insuportável leveza da rendição

O leilão do campo de petróleo da camada pré-sal batizado Libra aconteceu, apesar da oposição da imensa maioria dos movimentos populares e sindicais e partidos de esquerda. Incluindo setores fiéis ao governo.

Para todos eles, trata-se de uma privatização. Para alguns, seria a maior privatização da história. O fato de que o tucano Aécio Neves faça coro com afirmações desse tipo não as desmentem. Lula disse que as críticas ao leilão são eleitoreiras. Mas se isso é verdade para Aécio, está longe de sê-lo para a Federação Única dos Petroleiros e para a CUT. As duas são grandes aliadas do governo e igualmente condenaram o leilão.

Para desequilibrar ainda mais essa balança, que tal mais duas opiniões tucanas?

Não é o momento de tiroteio. É hora de celebrar a privatização do petróleo pelo PT, um divisor de águas histórico para o partido.

A frase é da economista Elena Landau, ex-diretora de “desestatização” do BNDES no governo Fernando Henrique.

Enquanto isso, Arnaldo Jabor, a quem não se pode acusar de ser simpático aos petistas, rosnava no Jornal da Globo, pouco antes do leilão:

Dilma tem de governar o país como se guiasse uma carroça com dois cavalos: um rápido e moderno; e o outro, manco e velho. Sempre que ela tenta modernizar algo os velhos mancos sindicais ideológicos empacam. Talvez nem sejam cavalos e, sim, burros.

O fato é que em um dos pratos da balança está a pesada pedra da privatização. No outro, um governo que se rende aos poderosos com a leveza mais insuportável.

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