Doses maiores

7 de outubro de 2013

O SUS à venda nas eleições

Em 05/10, o jornal Valor publicou o resumo de um debate sobre os 25 anos de existência do SUS. Foram convidados o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, o superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Bernard Couttolenc e o professor Mário César Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP.

O texto está no site do jornal e vale a leitura. Mas merecem destaque algumas informações dadas por Scheffer:

O SUS foi pilhado desde a origem, faz milagre com o pouco que tem. Países com sistemas universais, nos quais o SUS se inspirou, reservam, em média, 7% do PIB para a saúde pública. No Brasil, são 3,6%. Estamos numa encruzilhada.

A Constituição diz que o SUS deveria ter 30% do orçamento da Seguridade Social. Se isso estivesse vigorando hoje, seriam R$ 195 bilhões. O orçamento federal do SUS está em R$ 84 bilhões.

Depois de dizer que 70% da rede hospitalar é privada e denunciar a presença das Organizações Sociais nos postos de saúde e hospitais públicos, Scheffer concluiu:

Há dois projetos claros em disputa: um é o projeto do movimento sanitário, o original, que significaria mais recursos públicos para o SUS e regulação do setor privado; o outro é o crescimento artificial dos planos de saúde, com planos baratos no preço e medíocres na cobertura.

A qual desses dois projetos servem os atuais governantes? Basta verificar as doações eleitorais de 2010. Os planos de saúde investiram R$ 12 milhões. 28% desses recursos direcionados ao PMDB, 18% ao PSDB e 14% ao PT. Dilma, recebeu R$ 1 milhão e Serra, metade disso.

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