Doses maiores

4 de outubro de 2017

Vamos (começar a) discutir “big data”?

Caio Almendra publicou no Facebook um ótimo texto sobre o “big data”, termo que se refere a um imenso conjunto de dados, cuja estruturação feita de forma adequada pode revelar informações detalhadas e valiosas sobre praticamente qualquer tema. Por exemplo, desde hábitos de consumo a preferências politicas de determinadas parcelas da população.

Aí vai um trecho:

O controle empresarial do big data, a commoditização, opera como o controle empresarial e commoditização operam em qualquer área: escolhem determinadas perguntas a serem feitas e ocultam outras. Como fazer o consumidor comprar como queremos é uma pergunta comum; como saber onde o consumo gera mais dano ambiental e como evitar esse dano, é a típica pergunta esquecida. Posso dar outro exemplo simples: o que o controle empresarial sobre a produção de medicamentos fez ao longo do século passado? Focou em doenças difíceis e caras de serem tratadas, abandonou as doenças que estatisticamente mais matam. Zilhares de remédios para um tipo específico de câncer, nenhum para a malária, doença que mais mata (e mata majoritariamente pobres de países periféricos e etnias oprimidas) no mundo. Agora que descobrimos o uso na medicina social do big data, o que o controle empresarial promete para nós? Uso do big data para salvar milhões de pessoas da malária, ou uso do big data para convencer as pessoas a comprarem mais e mais remédios inúteis ou questionáveis?

A resposta parece óbvia, mas recomenda-se a leitura da íntegra do texto, não só para conferir, como para aprender. Porque neste campo, como se já não bastasse tantos outros, a esquerda nem chega a engatinhar.

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