Doses maiores

18 de outubro de 2015

Para bom entendedor, meia palavra bas...

Crise?

“Elite paulistana mantém hábitos e faz de estabelecimentos ilhas sem crise”, diz reportagem da Folha, publicada em 18/10. Abaixo alguns exemplos:

O empresário Antônio Thamer Butros frequenta o restaurante “A Figueira Rubaiyat”. Costuma beber de seis a 12 garrafas por dia quando está acompanhado. Entre os favoritos, o vinho Dom Pérignon, vendido a R$ 1.028,00 a garrafa.

Francisco Chagas gerencia a churrascaria Rodeio, onde o gasto médio dos clientes é de R$ 162,00. Mas “o prato mais pedido é a picanha fatiada: R$ 228,00 para duas pessoas”.

A advogada Beth Mange foi a manifestações contra o governo na Paulista. Ela culpa Dilma e Lula pela crise, pois se “antes comprava um presente de R$ 800,00”, agora “compra de R$ 300,00”.

Já o segurança Iacov Caldas, resolveu contextualizar: "Que crise, irmão? Crise é para quem ganha salário mínimo."

Mas o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo discorda:

...é como se fosse um Titanic. Os ocupantes da terceira classe se afogam primeiro, porque estão mais próximos da água. No entanto, quem fica nas cabines mais altas também pode afundar se o navio continuar naufragando.

Ingenuidade?

O Congresso não regula Wall Street. Wall Street regula o Congresso. E nós temos que quebrar esses bancos. Ir aos bancos e pedir para agirem corretamente é meio ingênuo.

Estas palavras são de Bernie Sanders, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos. Foram ditas em debate com outros concorrentes do Partido Democrata, realizado em 13/10.

Há muita verdade nas palavras de Sanders. Difícil é enxergar qualquer dose de ingenuidade quando o alvo de seus comentários é a elite política estadunidense.

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