Doses maiores

14 de agosto de 2015

Um pacto sujo em gestação

O ajuste neoliberal do governo Dilma ganhou reforços de Renan Calheiros. A tal Agenda Brasil quer fazer no varejo o que Joaquim Levy pretende implementar no atacado.

Entre as propostas de Calheiros, o pagamento pelos serviços do SUS, aumento da idade para aposentadoria, liberação da exploração das terras indígenas, desmonte total da legislação ambiental, terceirização liberada, mais concessões para o capital nacional e estrangeiro, mais dinheiro público para o setor privado.

O governo aceita discutir essa pauta vergonhosa para fazer as pazes com Renan e isolar Cunha. Mas as propostas de um são as do outro. Ambos representam os mesmos interesses ligados ao grande capital. Por isso, dirigem um Congresso Nacional cujos membros, em sua quase totalidade, foram eleitos com generoso financiamento empresarial.

Na verdade, há um grande pacto sendo fechado entre governo, parlamento (incluindo a oposição), grandes empresários e pelegos em geral. A dúvida maior é se esse acordo funciona melhor com Dilma ou sem ela. A grande imprensa já fez sua proposta: sangrar a presidenta sem matá-la, massacrar o PT sem dó, endeusar Levy e salvar o ajuste neoliberal.

E enquanto isso, uma legislação contra o direito à manifestação está sendo aprovada na Câmara. O pretexto é combater o terrorismo. O verdadeiro alvo é quem luta contra a injustiça e a exploração. Não à toa, o projeto é assinado pelo tucano Joaquim Levy e pelo petista José Eduardo Cardozo.

Os únicos que estão de fora desse arranjo sujo é a maioria trabalhadora. São os que já estão pagando a conta da crise e a quem querem impedir até de resistir. Não conseguirão.

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