Doses maiores

8 de agosto de 2015

O partido da grande imprensa quer tranquilidade para Dilma

A grande imprensa vai mostrando porque é um dos partidos mais poderosos do grande capital e sua fração mais lúcida.

Diante da grave crise política por que passa o governo Dilma, o Globo publicou editorial em 07/08 mostrando o caminho. Pediu que os partidos políticos dessem “condições de governabilidade ao Planalto”

No dia seguinte, o mesmo jornal emitiu nova opinião sobre a crise na página 3. Desta vez, afirmou que a realização de novas eleições exigida por PDSB e Dem equivale a colocar a carroça à frente dos bois.

O editorial da Folha de 08/08 vai no mesmo sentido. Em “Vácuo de legitimidade”, o jornal paulista chama de “inoportuna” a proposta da oposição conservadora. E ainda acusa um ala dos tucanos de pretender “subordinar os meios jurídicos a seus fins eleitorais, vergando as regras da democracia para encurtar o caminho até o poder”.

O texto da Folha também alerta para a complexidade e riscos que envolveriam um processo de impeachment, considerado pelo jornal mais político que jurídico.

Já o editorial do Globo de 08/08, dedicou-se a bater no PT. Recomenda ao partido que apoie seu “próprio governo” sob o risco de voltar a seus “grotões”: sindicatos e movimento sociais.

Mas o recado implícito é destinado à oposição de direita: batam à vontade no PT, mas poupem Dilma. Afinal, a presidenta precisa de tranquilidade para implementar o ajuste neoliberal que nunca prometeu fazer antes de ser eleita.

Como se vê, o partido da grande mídia sabe que é preciso fazer. Nosso azar é que o campo conservador provavelmente seguirá suas orientações. Desorientação, mesmo, só na esquerda.

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