Doses maiores

27 de maio de 2015

A antiga conspiração das facas

Acumulam-se provas de que há uma conspiração por trás dos recentes ataques a faca na cidade do Rio de Janeiro. Muito provavelmente, trata-se de um conluio composto por bandidos temerários e terríveis facínoras.

Entre seus ancestrais, os senhores de escravos. Os mesmos que administraram a abolição da servidão tão habilmente que mantiveram seus privilégios e arrancaram a seus ex-cativos toda possibilidade de encontrarem trabalho digno.

Em seguida, vieram os coronéis e o domínio pelo cabresto da ignorância e da crueldade. Os industriais foram os próximos. Graças aos primeiros são capazes de superexplorar nas cidades os que foram expulsos do campo por falta de lavouras e pastos de onde tirar seu sustento.

Da conjuração sempre participaram decisivamente todos os governantes. Democratas ou ditadores, jamais nenhum deles ameaçou os interesses dos proprietários de gente, dos parasitas de operários e dos vampiros de trabalhadores.

A proteger tão brutal conspiração, um aparelho policial criado para caçar fugitivos do cativeiro e aperfeiçoado no massacre de trabalhadores revoltados pela fome. Especializado na tortura e assassinato dos rebeldes ou simplesmente daqueles nascidos na pobreza.

Mas os encarregados de fazer o trabalho mais sujo não são os que portam facas, nem são somente ladrões de bicicletas. Também não se resumem às organizações chocadas nos serpentários em que se transformaram as prisões do País.

Realmente decisiva para o sucesso dessa mancomunação trevosa é a vergonhosa submissão de alguns animais que julgam habitar regiões superiores. São os urubus senis da mídia e os morcegos de morada antiga ou recente nos palácios e parlamentos.

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