Doses maiores

19 de outubro de 2014

Agronegócio e hidronegócio no segundo turno

Esclarecedora e muito triste a entrevista que Altair Sales Barbosa deu ao Jornal Opção. Publicada em 16/10, seu título é categórico: “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água”. 

A responsabilidade por essa tragédia ambiental, diz Barbosa, é do agronegócio, que, desde os anos 1970, vem substituindo a vegetação original por pasto ou monoculturas como soja e algodão.

O mais grave é que esse tipo de plantio é incapaz de filtrar e conduzir as águas das chuvas para os aquíferos subterrâneos. As grandes bacias hidrográficas “brotam do Cerrado”, diz Barbosa. Se este bioma sofre degradação, não há rios para alimentar o São Francisco, por exemplo. Mas há, no mínimo, dez afluentes de outros grandes rios desaparecendo todos os anos, adverte. O resultado é a seca que se espalha pelo território nacional.

Enquanto o agronegócio desidrata o País para obter seus enormes lucros, o  hidronegócio faz o mesmo, transformando água em mercadoria. Esta é uma das principais causas da seca em São Paulo. É o que afirma a reportagem “O jorro do hidronegócio” de Sérgio Augusto, publicada no Estadão, em 12/10.

A matéria cita a investigação feita pelo promotor público Rodrigo Sanches Garcia sobre o caso. Segundo ele, a Sabesp captou mais água que o autorizado para não prejudicar o valor embolsado por seus acionistas. Ou seja, diz a matéria, a empresa paulista “tratou a água como ‘um negócio’, não como um bem coletivo”.

Agronegócio e hidronegócio estão produzindo uma enorme tragédia humana. E, nas atuais eleições, adivinhem de que lado eles estão? Dos dois.

Não deixe de ler a entrevista de Altair Sales Barbosa  

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