Doses maiores

14 de agosto de 2014

O povo judeu também é vítima do sionismo

O governo de Israel acusa seus críticos de antissemitismo. Não é verdade. Antissemitismo é racismo contra os judeus. Inaceitável. O que a maioria dos que condenam Israel combate é o sionismo. Uma crença que atribui ao povo judeu direito sagrado sobre a Palestina.Um direito que justificaria tudo, inclusive matar crianças e bombardear escolas e hospitais.

Um texto esclarecedor sobre essa questão está no portal Voltaire.net. Trata-se de “Quem é o inimigo?”, de Thierry Meyssan. Através dele ficamos sabendo que o sionismo surgiu com a Revolução Inglesa de 1688. Os calvinistas, que derrubaram a nobreza, acreditavam que para o bem dos cristãos ingleses, os judeus deveriam retornar à Palestina. Voltar a “Sion”, a Terra Santa.

O sionismo sairia fortalecido da Guerra da Independência e da Guerra Civil dos Estados Unidos, cujos vencedores eram seus adeptos. Ele também voltaria a ganhar força sob a regência da Rainha Vitória. Trata-se, portanto, de uma ideologia com enorme peso entre os setores dirigentes das sociedades inglesa e estadunidense.

O acordo em torno do sionismo foi elemento importante na reaproximação entre os britânicos e seus ex-colonos  da América do Norte, diz Meyssan. E no século 20, a crença no direito judeu sobre territórios do Oriente Médio serviu ao controle imperialista sobre uma das regiões mais estratégicas do planeta.

Portanto, diz o autor, o “sionismo nunca teve como objetivo ‘salvar o povo judeu, dando-lhe um lar’, mas sim fazer triunfar o imperialismo anglo-saxônico envolvendo nisso os israelitas”. Desse ponto de vista, o povo judeu também é vítima do sionismo. Mesmo que esteja longe de ser a maior delas.

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