Doses maiores

25 de abril de 2014

O marco civil e os monopólios da internete

A aprovação do chamado marco civil da internete está sendo comemorado. Os setores militantes pela democratização da comunicação consideram que a medida apresenta importantes conquistas.

Um dos pontos mais sensíveis é a chamada neutralidade da internete. Basicamente, trata-se de garantir que todos os dados e informações que trafegam pela rede recebam o mesmo tratamento. A medida é combatida pelos setores empresariais da mídia, que tentam controlar o fluxo e o volume dos dados para tirar vantagens econômicas disso.

Felizmente, o marco civil aprovado prevê a manutenção da neutralidade da internete. Mas isso não quer dizer muita coisa. Ao contrário do que parece, a rede mundial não é um espaço democrático que precisa ser defendido. Ela já está sob controle de alguns poucos.

É o que diz o professor da Universidade de Illinois, Robert McChestey, em entrevista ao site da Alainet, publicada em 15/04. O entrevistado chega a dizer que a internete se tornou o “maior gerador de monopólio econômico que se conheceu, em qualquer sistema econômico”. Segundo ele, na rede mundial:

 
...não existe uma “classe média” de 20 ou 30 empresas que competem em uma determinada área. De modo geral, há uma empresa que domina, com talvez uma ou duas mais que têm uma fatia do mercado.

McChestey está falando de gigantes como Google, Microsoft, Apple, Amazon e Facebook. Não por acaso, sediados nos Estados Unidos. Longe de ser uma variedade criativa e livre do capitalismo, a internete é mais uma faceta da concentração de poder pelos monopólios. Sem falar no controle para fins políticos e militares. Contra isso, não há marco civil que dê jeito.

Leia também: Na ausência da internete, pânico social

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