Doses maiores

18 de fevereiro de 2014

Protestar não é crime. Governar pode ser

Está em discussão no Senado uma “lei antiterrorismo”. Proposta apoiada por parlamentares como Jorge Viana (AC) e Paulo Paim (RS). Ambos são do PT, partido que governa o País há 13 anos, além de muitos municípios e estados. O objetivo alegado é evitar pânico. O real é impedir manifestações contra a Copa.

Se aprovada, deveria ter como alvo principal os próprios governantes. Essas autoridades devidamente eleitas se curvam ou são cúmplices de aparatos que jamais passaram pelo voto popular. Um deles é a máquina mortal da polícia militar, cujas ações subvertem todas as leis de respeito à dignidade humana e à liberdade.

Outro poder acima de qualquer controle democrático é o Banco Central, cujas decisões econômicas afetam dezenas de milhões de pessoas. No Brasil, a maioria pobre paga as maiores taxas de juros do planeta. A minoria formada por banqueiros-empresários aproveita essas mesmas taxas para lucrar bilhões em especulações financeiras.

Mas há também os centros de poder externos ao País. É o caso da agência classificadora de risco “Standard & Poor’s”. Segundo matéria de Angela Bittencourt no Valor, em 14/02, uma representante da agência deve passar por Brasília, São Paulo e Rio, em março próximo. Sua missão é monitorar o pagamento dos compromissos dos governos brasileiros com a dívida pública.

Essas agências de avaliação chantageiam os povos do planeta e zelam pela manutenção da enorme desigualdade social que se espalha pela humanidade. A imensa maioria dos governantes se submete a tudo isso sem qualquer resistência. Afinal, passaram pela aprovação de urnas controladas pelo poder econômico para cumprir exatamente essa função: governar impondo o terror econômico.


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