Doses maiores

27 de fevereiro de 2014

Na economia, Dilma tranquila. Na política, a esquerda perdida

Carlos Pinkusfeld Bastos publicou um artigo importante sobre o desempenho econômico do governo Dilma. Trata-se de “É a economia, estúpido?”, publicado pelo jornal argentino Página/12, em 24/02. Os dados apresentados ajudam a entender porque Dilma continua bem avaliada pela população.

Um exemplo é o crescimento do PIB. Para 2013, espera-se uma modesta elevação de 2,5%. Mas, diz Bastos, o desemprego está em 4,3%, o menor “da história para as regiões metropolitanas”. A conclusão é óbvia: o emprego é muito mais importante para a população do que o PIB.

Outro fator importante seriam aumentos reais nos salários: 1,8%, em média. Mas para trabalhadores não registrados, o índice chegou a 5,6%. Sem falar no aumento real do salário mínimo de 2,5%. A inflação também parece sob controle, ainda que pese cada vez mais nos bolsos dos mais pobres.

Nada disso impede que o governo continue a administrar um país que oferece uma das mais altas taxas de exploração do trabalho no mundo. Os dados apenas mostram que a economia dificilmente apresentará dificuldades suficientes para impedir a reeleição de Dilma.

Isso pode ser confirmado pelas próprias jornadas de junho. Quando elas começaram, apenas a luta contra o aumento das passagens era uma bandeira puramente econômica, apesar de ser a mais importante.

A indignação popular parece ir muito além das questões econômicas. Entre suas causas, há certamente um enorme descontentamento com as instituições políticas e de representação em geral. As mesmas que a direita dirige com facilidade e a esquerda tenta controlar desesperada e inutilmente.

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