Doses maiores

27 de novembro de 2013

Tucanos e petistas se unem em defesa dos bancos

Na campanha presidencial de 89, Fernando Collor dizia que seu adversário, Lula, confiscaria a caderneta de poupança se fosse eleito. Mal tomou posse, foi ele que meteu a mão nas economias da população.

Mas Collor apenas repetiu alguns de seus antecessores. Desde o Plano Cruzado, em 1986, até o Plano Real, houve enormes perdas para salários e poupança. Cada um desses planos mirava na inflação e acertava nos bolsos de milhões de trabalhadores. Contra tais perdas, houve muitas greves e ações judiciais.

Muitos anos depois, chegam ao Supremo Tribunal Federal os pedidos pela concessão da correção dessas perdas. Foi o bastante para que uma Santa Aliança se reunisse para barrar uma improvável decisão favorável aos poupadores.

Vinte e três “personalidades” assinaram documento contrário ao pedido. Entre eles, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas o atual ministro da Fazenda do governo petista também é contra. Alegam que uma decisão favorável aos poupadores poderia trazer perdas de quase R$ 150 bilhões para o governo e o sistema financeiro.

As entidades que representam os reclamantes, no entanto, calculam um valor entre R$ 8 e R$ 18 bilhões. O que equivale a um ano de lucros só do Itaú, por exemplo. E representa menos de 1% de pagamentos de juros da dívida pública.

Mas petistas e tucanos têm suas razões. Eles são os maiores beneficiários das gordas doações eleitorais dos bancos. Precisam agradecer apoio tão generoso.

O PSDB comemora as prisões do “Mensalão”. Os petistas denunciam o “Trensalão” tucano. Mas estão unidos no socorro à banca financeira. Nossa poupança que se lasque.

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