Doses maiores

4 de setembro de 2013

Para entender a guerra na Síria, leia Fisk

Robert Fisk é o mais respeitado correspondente estrangeiro britânico. Há 30 anos, cobre conflitos no Líbano, Afeganistão, Irã, Iraque, Líbano, Argélia e Balcãs. É um defensor da causa palestina e do diálogo entre os países árabes.

Com conhecimento de causa, denuncia incansavelmente as ações imperialistas nesses conflitos. Em 29/08 publicou um artigo cujo título diz: “Obama sabe que se aliou à Al Qaeda?”. No texto, ele mostra como a entrada dos Estados Unidos na guerra da Síria significaria lutar ao lado da organização que os americanos consideram sua maior inimiga:

Os homens que destruíram milhares, em 11/9, estarão lutando ombro a ombro com a mesma nação cujos inocentes eles mataram há quase exatamente 12 anos. Que grande feito para o currículo de Obama, Cameron, Hollande e o resto desses senhores de araque da guerra!

Em texto de 03/09, Fisk afirma “O verdadeiro alvo do Ocidente é o Irã, e não a Síria”. O jornalista é certeiro:

O Irã está profundamente envolvido na proteção ao governo sírio. Além disso, uma vitória de Bashar representa uma vitória do Irã. E vitórias do Irã não podem ser toleradas pelo Ocidente.

Fisk faz uma pergunta importante: “Mas espere um pouco. O Iraque – quando era aliado ‘nosso’ contra o Irã – também usou armas químicas contra o exército iraniano? Usou”. Mas, diz ele, “nós não demos a mínima bola para isso”.

O resumo disso tudo é o seguinte. Primeiro, as ações militares dos imperialistas no mundo nada têm a ver com humanitarismo. São motivadas por razões puramente econômicas e políticas. Segundo, não deixe de ler Robert Fisk.

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