Doses maiores

29 de abril de 2013

Microempreendedores do terrorismo solitário

“Ameaça de indivíduos radicais supera a de redes organizadas, dificultando trabalho da Inteligência”, diz matéria do Globo, em 28/04. A reportagem faz parte da cobertura das investigações dos recentes atentados da Maratona de Boston.

Mas a preocupação teria sido manifestada em 2011, pelo Departamento de Defesa Interna estadunidense. O órgão alertava para a crescente ameaça de ações terroristas por parte de indivíduos ou pequenos grupos.

A avaliação certamente foi influenciada pela paranoia imperialista que justifica medidas cada vez mais restritivas a liberdades civis. E sua divulgação agora pode ajudar a justificar a suspeitíssima tese de que dois estrangeiros muçulmanos foram os responsáveis pelas mortes em Boston.

Mas é bastante provável que ações terroristas isoladas comecem a ocorrer mais frequentemente. Seria o produto do clima de ódio, intolerância e violência que a Guerra ao Terror de Bush criou e Obama vem mantendo.

A partir do 11/09, o governo americano elegeu como grande inimigo a Al-Qaeda. No entanto, especialistas sempre alertaram para as adesões informais à organização. Seriam pessoas ou pequenos coletivos agindo em nome da Al-Qaeda, sem verdadeiramente pertencerem à organização.

Parece que o imperialismo criou um ambiente propício ao terrorismo solitário. Usando a linguagem neoliberal para o mercado de trabalho, seriam microempreendedores do terror que adotaram uma famosa franquia muçulmana do ramo.

Mas, tal como na concorrência capitalista, neste caso também os monopólios dominam. Os aparelhos de estado nacionais não deixam muito espaço para os pequenos negócios do terror. E a dominar o mercado está a poderosa e eficiente máquina de destruição estadunidense.

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