Doses maiores

16 de abril de 2013

O BNDES e a vaca no brejo

O artigo “O empurrão do Governo”, que Chico Santos publicou no Valor em 12/04, traz algumas informações importantes sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Por exemplo, governo e grande imprensa dizem que a crise que mundial não chegou ao Brasil. Mas isso não impediu que um pacote de bondades fosse ofertado aos empresários através do banco estatal. O pior é que desde o primeiro estouro da crise, em 2008, o dinheiro para empréstimos do BNDES “passou a sair majoritariamente dos cofres do Tesouro Nacional”.

Com a desculpa de evitar contaminação da economia interna pela crise mundial, o BNDES já sugou quase R$ 300 bilhões do Tesouro desde 2009. Os financiamentos a particulares passaram “de R$ 37,4 bilhões em 2002, último ano de governo do Fernando Henrique, para R$ 168,4 bilhões em 2010 ou R$ 156 bilhões no ano passado”.

O resultado é uma montanha de créditos a receber pelo BNDES que encerrou 2012 em R$ 700 bilhões. Diante disso, a agência de classificação de risco americana Moody"s rebaixou a nota de confiança do banco. Alega que a instituição distribuiu um volume exagerado de créditos em relação ao tamanho de seu capital. Com clientes como Eike Batista, fica difícil discordar. 

Santos encerra o artigo com a seguinte pérola: “Quem sabe a avenida Chile [onde fica o BNDES, no Rio] não venha a exibir também a estátua de um touro, como a que figura no coração do capitalismo privado mundial”. Exagero, claro. Mas não estamos livres de ver a vaca afundar no brejo, levando junto muito dinheiro público.

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