Doses maiores

22 de fevereiro de 2013

Robocop e drones: a morte teleguiada

“Pesquisadores criam ‘Robocop’ para patrulhar as ruas”, é o título de matéria da Discovery Notícias, de 16/11/2012. A reportagem é sobre robôs de patrulhamento acionados por controle remoto. O projeto é do Discovery Lab, da Universidade Internacional da Flórida, com a colaboração do comandante da Marinha americana, Jeremy Robins.

Robins alega que os robôs serão oferecidos “a militares incapacitados e policiais veteranos” à procura de uma “chance de servir a lei”. Ainda segundo o comandante:

O robô precisa parecer intimidador e impor autoridade de forma que as pessoas obedeçam a seus comandos – já que é evidente que não é o robô quem dá as ordens, e sim o policial que o controla. Por outro lado, precisa ser acessível o bastante para que uma criança perdida de três anos sinta-se à vontade para pedir a ajuda do robô para encontrar sua mãe.

Meses depois, em 05/02, a rede norte-americana NBC divulgou um documento do Departamento de Defesa estadunidense sobre o uso de aviões teleguiados. Os chamados “drones” podem matar cidadãos norte-americanos no exterior suspeitos de ligações com a Al Qaeda.

Então, ficamos assim. Dentro do país, robôs policiais intimidadores a serviço da política de segurança que criou a maior população carcerária do mundo. No front externo, se até americanos podem ser alvo dos drones, imaginem o que acontecerá com os outros.

Em ambos os casos, alta tecnologia separa radicalmente o gatilho e o tiro para unir ainda mais estupidez e destruição. Enquanto isso, os indefesos alvos passarão por outro tipo de separação radical. Aquela entre corpo e alma, mais conhecida como morte.

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