Doses maiores

3 de fevereiro de 2013

É o imperialismo, ô esperto!

Marcelo Justo publicou o artigo “Sementes da próxima crise financeira” na Carta Maior, em 30/01. Em linhas gerais, o texto afirma que “o neoliberalismo foi desmoralizado, mas o sistema financeiro conservou poder e transfere suas dívidas aos Estados”.

O artigo cita o professor de economia da Universidade de Cambridge, Gabriel Palma. Para ele, o grande problema é a financeirização da economia. E menciona o caso da General Motors, que chegou a investir no mercado hipotecário antes de quebrar.

Enquanto isso, o economista Ismail Ertgurk, da Universidade de Negócios de Manchester, anuncia o “predomínio do setor financeiro” também na política. Os bancos centrais dos EUA, do Reino Unido e da Zona do Euro “estão se endividando perigosamente para resgatar o setor financeiro”, diz ele.

É o que mostra um estudo sobre a dívida do Mc Kinsey Global Institute:

...em 2011 a dívida total do Japão – a maior do mundo desenvolvido – equivalia a cerca de 512% de seu PIB (mais de cinco vezes o total produzido por sua economia no ano). O Reino Unido vinha em segundo lugar com 507%. A primeira potência planetária, os EUA, “só” tinham 279%.

Todo esse debate tem cheiro de naftalina. “Imperialismo, fase superior do Capitalismo” foi publicado por Lênin em 1917. Já falava em “financeirização do capitalismo”. Tudo o que está acontecendo nada mais é que o resultado de tendências presentes no capitalismo desde o final do século 19.

Claro que de lá para cá muita coisa mudou. Mas continuamos a voltar aos diagnósticos óbvios de “experts” da Academia. A doença já se instalou e avança pelo organismo. É o imperialismo, pô!

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