Doses maiores

18 de fevereiro de 2013

Bilionários são clientes preferenciais dos bancos públicos

“Brasileiros da Ambev e Warren Buffett compram a Heinz em negócio de US$ 28 bilhões”, diz manchete de O Globo de 15/02. A Heinz é a maior fabricante de mostarda e ketchup do mundo.

Na mesma data, Fernando Dantas publicou o artigo “Por que no Brasil Lemann precisa do BNDES?” na agência AE-News/Broadcast. O texto apresenta os três brasileiros responsáveis pelo negócio bilionário. Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Carlos Sicupira formam o trio que, nos Estados Unidos:

...esteve à frente da aquisição da Anheuser-Busch, fabricante da conhecidíssima cerveja Budweiser, pela InBev; da aquisição da empresa ferroviária CSX (a maior do Leste dos Estados Unidos); e, agora, a aquisição conjunta, por US$ 28 bilhões, da multinacional americana de alimentos Heinz.

Lemann já ultrapassou Eike Batista no posto de brasileiro mais rico. Apesar disso, ele e seus sócios vivem recebendo ajuda do BNDES.

Dantas cita o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas e política industrial. Segundo ele, as três empresas ligadas ao trio bilionário já receberam do BNDES em 2011 mais de R$ 3 bilhões.

Mas essa política é generalizada. Entre os bancos públicos, a prioridade é financiar grandes empresas. Os pequenos empreendimentos geram quase 70% dos empregos, mas só acessam metade dos créditos públicos.

Ao mesmo tempo, os empréstimos do Tesouro para os bancos públicos cresceram 8,7% em relação ao PIB, de 2007 a 2012. Mais que os 8,4% que Bush e Obama já morderam do PIB americano para socorrer seus capitalistas, desde o início da crise mundial. E o governo brasileiro diz que aqui a crise nem chegou. Imaginem se tivesse chegado.

Leia também: As tetas do BNDES (2)

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