Doses maiores

24 de janeiro de 2013

O que está por trás da invasão do Mali

Mauro Malin escreveu artigo esclarecedor sobre o conflito no Mali. “Não são ‘islâmicos’” foi publicado no Observatório da Imprensa em 22/01.

O título refere-se à forma como a grande imprensa se refere aos pretensos terroristas que estariam dominando parte do país. Eles são sempre “islâmicos”, “muçulmanos”, “maometanos”. Adjetivações usadas como sinônimo de violência, fanatismo e intolerância.

Mas a grande mídia também ajuda a esconder os verdadeiros interesses envolvidos nessa invasão ao país africano.

Segundo Malin, a ofensiva interessa à França “porque a maior parte do urânio usado para gerar energia no país vem de reservas situadas no Mali e no Níger”. Também “interessa aos Estados Unidos e à China porque entre os recursos da região estão sal, fosfatos, ferro, ouro, cassiterita, cobre, estanho, carvão e hidrocarbonetos”.

A Alemanha também apoia a invasão. Suas empresas planejam estabelecer na região “uma produção maciça de eletricidade solar”. Afinal, o Mali fica num continente com abundância de luz natural.

Tudo isso foi possbilitado por uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, em 2012. Ela autorizava intervenção militar externa para “garantir a integridade do território malinês”. Todos os membros votaram a favor. Todos estão entre os países citados acima.

A França lidera a invasão. Mas já conta com o “apoio logístico” inglês e estadunidense. Bélgica, Dinamarca e Alemanha prometem fazer o mesmo.

Não sabemos se a unidade territorial do Mali realmente está em risco. Mas, com certeza, a integridade de suas reservas minerais já está sob ataque.

Mais um capítulo na longa e interminável história dos massacres europeus em terras africanas.

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