Doses maiores

27 de julho de 2012

Olimpíadas e nazismo marchando juntos

As Olimpíadas modernas foram criadas em 1896 por Pierre de Coubertin, um aristocrata francês. Não é por acaso que elas surgem junto com o imperialismo. Essas coisas andam lado a lado.

Era a celebração dos Estados se colocando acima do esporte. Naquela época, um bando de duques e príncipes, assustados com a possibilidade de uma revolução mundial, comemoravam a disputa de uma nação contra outra e a divisão do mundo entre si.

Mas um momento importante de mudança aconteceu em 1936. Os Jogos aconteceram na Alemanha de Hitler. Antes disso, as Olimpíadas eram apenas um momento em que as pessoas se reuniam para praticar esportes.

Hitler e seu departamento de propaganda levaram o evento um nível totalmente novo. A corrida da tocha olímpica, por exemplo, foi criada por Joseph Goebbels. A ideia de fazer os atletas marcharem como se fossem um exército, também. Era a glorificação do nazismo. Uma espécie de nacionalismo vitaminado por esteroides.

Assim, o nazismo e os Jogos Olímpicos caminharam de mãos dadas. Tudo isso acontece antes da Segunda Guerra. Terminado o conflito, as Olimpíadas voltam a ser organizadas, mas foram mantidos todos aqueles traços dos jogos nazistas.

Foi nesses mesmos jogos que o americano Jesse Owens venceu a prova de corrida atlética. A vitória de um negro em plena Alemanha dominada pelo racismo foi memorável. Mas Roosevelt, presidente dos Estados Unidos na época, jamais o cumprimentou pelo feito.

Não é preciso ser nazista para ser racista.

As informações são de Dave Zirin, em sua entrevista para a “International Socialist Journey”.

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