Doses maiores

21 de março de 2012

No século 22, a música jorra

Caros parceiros e parceiras do século 22, vim parar no século 21 não sei como, nem porquê. Há muitas coisas estranhas por aqui.

Outro dia, conversavam comigo sobre uma tal de “música nas nuvens”. Na verdade, trata-se do hábito de ouvir músicas diretamente das redes de computadores, desde que se pague pelo serviço que as disponibiliza. Alguns acham que esse tipo de acesso estaria levando as pessoas a sentir menos necessidade de ter a posse das obras.

Argumentei que em nosso tempo já não temos esse tipo de apego. Não entenderam. Por isso resolvi contar-lhes sobre nossa “música do subsolo”. Disse que entre seu tempo e o nosso, a sociedade humana passou por situações dramáticas e violentas. Longa guerra por liberdade e justiça social.

Em meio ao conflito, os poderosos resolveram esconder todo tipo de riqueza. Isso incluía obras artísticas, como filmes e músicas. Um modo de fazer isso foi transformá-las em dados digitais e armazená-las em redes de computadores que foram enterradas no subsolo.

Terminados os conflitos e derrotado o inimigo, ninguém mais sabia dizer onde ficaram enterradas os milhares de obras digitalizadas. Mas, aos poucos, cabos e fios começaram a surgir do chão. E descobrimos que bastava ligar um aparelho a eles para que a música jorrasse e os filmes aparecessem.

Tornou-se um prazer sair em busca de “vazamentos” desse tipo. Passamos a cavoucar a terra como mineradores. Uma vez encontrado um “veio”, era só fazer a conexão certa para ter novas surpresas. Música e filmes dos mais variados tipos e épocas. Nem sempre agradáveis, mas abundantes como água.

Leia também: Ao século 21: comunismo é jogo

2 comentários:

  1. O problema deve ser pegar um ramal de esgoto e ouvir o Teló! Desculpe, não poderia perder a piada.

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  2. Desculpado. Afinal, o encanamento seria responsabilidade dos poderosos.

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