Doses maiores

12 de março de 2012

No país mais populoso, cidades desertas

Quase 1,4 bilhão de pessoas vivem na China. Mas de forma muito concentrada. Somente na província de Henan mora o equivalente à metade da população brasileira. Isso se deve, em grande medida, à enorme área tomada por desertos no país.

Mais de um quarto do território chinês é inabitável. Produto da combinação entre fatores climáticos, séculos de plantio descontrolado e décadas de consumo exagerado de água. A maior população do mundo tem custos ambientais enormes. Mas esta é só uma parte dos problemas chineses.

Recente reportagem do canal australiano SBS revela a existência de cidades novas e praticamente desertas no país. As imagens mostram ruas vazias, lojas fechadas, escadas rolantes paradas. Há edifícios públicos, hotéis, parques e apartamentos. A grande maioria sem moradores, clientes ou inquilinos.

Uma dessas cidades é Daya bay. Cerca de 70% de seus edifícios recém-construídos estão vazios. Um apartamento na cidade custa entre 17 e 100 mil dólares. O salário médio anual da população chinesa não passa de 6 mil dólares.

Um especialista no setor imobiliário diz que são 64 milhões de imóveis vazios no país. E atribui o fenômeno à necessidade de manter um “aumento fictício do PIB”. Segundo ele, trata-se dos efeitos de uma “economia de comando”. A ordem para construir vem de cima e é obedecida. Haja ou não demanda.

Tudo isso é receita certa para o estouro de uma bolha imobiliária no país. Algo parecido com o que aconteceu nos Estados Unidos, mas, talvez, ainda mais grave. É a economia de comando imitando a economia de mercado.

Veja a reportagem aqui.

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