Doses maiores

20 de julho de 2011

Harry Potter, socorro!

Harry Potter se despede das salas de cinema. Logo agora, que o capitalismo parece prestes a soltar mais uma de suas bruxarias descontroladas.

Em 1848, Marx e Engels escreveram no Manifesto Comunista: “Tal como o aprendiz de feiticeiro, a burguesia não consegue controlar as potências que pôs em movimento”.

Um exemplo dessas potências são as freqüentes crises econômicas. Nem os capitalistas sabem quando e como elas podem acontecer. Por isso, consideram o capitalismo como um produto da natureza. Daí, muitos de seus especialistas tratarem a economia como uma ciência exata.

É o caso de Lawrence Summers, que foi economista-chefe do Banco Mundial. Portanto, um cara muito poderoso. Em 1991, ele afirmou:
As leis da economia são como as leis da engenharia. Só há um conjunto de leis e funcionam em todas as partes. As normas que são aplicadas na América Latina e no Caribe ou no Leste Europeu são aplicadas igualmente na Índia. Já não existe uma economia indiana à parte e diferenciada. Há apenas economia.
É o que diria qualquer economista ou jornalista amigos do sistema. Para eles, ser contra as leis do “livre mercado” é o mesmo que ser contra a lei da gravidade. Talvez seja por isso que não estejam nem aí para o meio ambiente. Se as leis da natureza se chocam com a produção capitalista, pior para elas.

São aprendizes de feiticeiro que não aprendem nem querem aprender. Aliás, uma das raízes da palavra “feitiço” é o ato de “fazer com a mão”. Seria a capacidade humana de produzir algo que a natureza por si só não produz. Quando fazemos fogo sem depender da queda de um raio, por exemplo.

Muito interessante, mas tão perigoso quanto brincar com fogo.

Cadê o Harry Potter quando precisamos dele!

Leia também: Estados Unidos e China: abraço de náufragos

Nenhum comentário:

Postar um comentário