Doses maiores

18 de julho de 2011

Economia mundial no piloto automático. Bum!

Em 2005, um Boeing 737 da companhia grega Helios sobrevoava Atenas em círculos há horas. Ninguém conseguia fazer contato pelo rádio com o avião. Dois caças militares foram enviados. Os pilotos conseguiram ver passageiros e tripulação pelas janelas do avião. Todos mortos.

Investigações posteriores descobriram que uma falha humana deixou o avião sem pressurização. Faltou ar. As máscaras de ar dos passageiros caíram automaticamente. Passageiros e tripulação achavam que os pilotos estavam cuidando da situação. Mas, na cabine de comando, os pilotos haviam desmaiado antes de colocar suas máscaras.

O avião foi mantido no ar pelo piloto automático. Caiu quando o combustível acabou. Todos os 121 passageiros e tripulantes morreram.

A economia mundial parece um avião guiado pelo piloto automático. O neoliberalismo é o plano de vôo e ninguém contesta. Em várias partes do mundo, há os governos que se dizem de esquerda e os que não se confessam de direita. Dizem isso e aquilo. Mexem-se de um lado para outro. Só não desativam o piloto automático. Acham que está tudo tão bem que abandonaram a cabine de comando.

Na Itália, Berlusconi quis enfiar no plano de austeridade econômica uma medida que o isentava de pagar uma multa bilionária. Nos Estados Unidos, republicanos e democratas trocam pedradas numa loja de louças. Na Inglaterra, o primeiro-ministro envolveu-se em escândalos com grampos telefônicos.

Os governos dos países mais importantes do mundo estão ocupados demais com problemas políticos para governar. O ar vai faltando. Deliram todos.

Mas, diferente do acidente aéreo, alguns poucos devem se salvar. Os de sempre. Até o próximo vôo, com ainda mais vítimas.

Leia também: Nuvens pesadas no horizonte econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário