Doses maiores

10 de agosto de 2010

Wikileaks: vazamento do bem

Muito óleo envenena o Golfo do México, as costas africanas e mares da China. No Rio de Janeiro, a região de Búzios parece estar sofrendo do mesmo mal. Felizmente, do lado do bem, também há vazamentos.

Trata-se do Wikileaks. Um site dedicado ao vazamento de documentos governamentais secretos. Já existe há anos, mas ganhou fama mundial no final de julho passado. No dia 25, publicou mais de 90 mil relatórios militares confidenciais sobre a guerra do Afeganistão.

A sujeira exposta causa constrangimentos ao governo americano. Principalmente, quando Obama continua aumentando as tropas do exército invasor no Afeganistão.

Diferente do derrame do veneno preto e viscoso, no vazamento de documentos as vítimas são os governos e suas políticas armamentistas. Pior pra eles, melhor pra nós.

Foi assim, por exemplo, durante a Guerra do Vietnã. A internete não existia. Daniel Ellsberg nem ligou para isso. O ex-militar americano copiou 7 mil papéis secretos numa máquina de xerox. Publicou o material que ajudaria a revelar o crime que significava a ação estadunidense no Vietnã.

Pra início de conversa, segredos de Estado deveriam ser abolidos. Militares ou de qualquer outro tipo. Afinal, a rigor, nem governos e Estados deveríam existir.

Quanto às guerras, só devemos lutar aquelas que conseguirmos travar contra os poderosos. Jamais as que jogam os explorados uns contra os outros. Enquanto não conquistamos esse direito, que a sujeira vaze das tripas dos Estados a serviço dos poderosos.

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