Doses maiores

20 de agosto de 2010

Era Lula: primeiro ataque aos trabalhadores

A primeira grande medida do governo Lula foi a Reforma da Previdência. Tirou da gaveta uma emenda constitucional que o governo FCH tentou aprovar e não conseguiu.

A proposta retirava direitos do funcionalismo. Aumentava o tempo de serviço e dificultava sua aposentadoria. Criava fundos de pensão para serem explorados pelo mercado financeiro. Tudo como queria o FMI. Puro neoliberalismo.

Por que Lula fez isso? Ele mesmo responde. Na posse do presidente da Associação Comercial Paulista, em março de 2003, ele disse:
Por que eu dizia na campanha que somente eu poderia fazer a reforma? Não porque eu fosse melhor do que os outros. Era porque eu sabia que a reforma terá de enfrentar uma base muito organizada, e uma grande parte dela votou em mim, votou no Ciro, não votou no governo FHC.
Mais claro impossível. Lula aprovou a reforma e começou a ganhar a confiança de seus inimigos. Provocou chiadeira entre seus aliados, é óbvio. Mas não muito mais do que isso. Honrosa exceção para os setores que fundariam o PSOL.

O fato é que as medidas afetavam somente o funcionalismo. Um setor que sempre serviu de saco de pancada. E não faltavam cargos públicos para calar os oportunistas.

O episódio sinalizou o que viria a ser o governo Lula. Os trabalhadores com vínculo empregatício foram deixados de lado. Para os mais pobres, muita ajuda assistencial. Aos patrões, abundante ajuda oficial. O BNDES abriu os cofres para os grandes grupos econômicos. Os juros altos mantiveram os bancos felizes. Paz no andar de cima. Conformismo embaixo.

Lula foi modesto. Para esse tipo de serviço ele é, sem dúvida, melhor do que os outros.

Leia também: Era Lula: banquete e migalhas

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