Doses maiores

30 de junho de 2010

Nós torcemos, a FIFA lucra


Em toda Copa, adotamos uma seleção pra torcer, tirando a do Brasil. Torcemos para os africanos ou para os hermanos sul-americanos. Exceto a Argentina, claro. Para portugueses, com certeza. Espanhóis e italianos, talvez. Para o japoneses, por causa do Zico?

Mas, afinal por que torcermos pela seleção brasileira? Certamente, por nacionalismo. E para ver nosso povo alegre. Para que brilhem os atletas, nascidos e criados aqui. Aqueles que mostram todo seu futebol aqui... Opa! Da seleção atual, apenas três deles jogam em clubes brasileiros.

Isso leva a uma questão interessante. As regras dos campeonatos nacionais permitem equipes formadas por jogadores estrangeiros. Mas, na Copa isso não pode acontecer. Os atletas têm que ser nascidos ou naturalizados no país pelo qual jogam. Por que será?

Certamente, porque do contrário o papel do poder econômico ficaria escancarado. As melhores seleções seriam as mais caras, formadas nos países mais ricos. Isso não nos impediria de torcer. Mas, provavelmente, um torneio que acontece a cada quatro anos não seria tão festejado. Ou melhor, tão consumido.

E quem mais lucra com tudo isso? As empresas patrocinadoras, lógico. Mas, é a FIFA que centraliza os negócios. Ela é o grande monopólio que controla tudo isso. Sua sede fica na Suíça, o maior paraíso fiscal do mundo. Seus diretores são poderosos. A FIFA tem fins lucrativos, mas é isenta de impostos no Brasil, sabia?

Aliás, um dos maiores construtores desse império é brasileiro. É João Havelange, que assumiu a presidência da entidade com apoio da ditadura militar. Agora, sim, já sabemos por que torcer pelo Brasil e agüentar os desmandos da FIFA. Tá tudo em casa!

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