Doses maiores

23 de abril de 2018

Martin Luther King e as eleições brasileiras

Em abril, completam-se os 50 anos do assassinato de Martin Luther King. Em seu livro “A Não Violência - Uma história fora do mito”, Domenico Losurdo cita o seguinte discurso desta grande liderança da luta negra:

Marchamos sobre alojamentos do regime segregacionista para que todos os guetos da depressão social e econômica sejam dissolvidos, e negros e brancos possam viver lado a lado em habitações decorosas, seguras e saudáveis.

Marchamos sobre escolas do regime segregacionista para que todo vestígio de instrução segregacionista e inferior se torne coisa do passado, e negros e brancos possam estudar lado a lado num contexto capaz de restaurar na sociedade uma sala de aula.

Marchamos sobre a pobreza para que nenhum pai americano seja obrigado a deixar de comer para alimentar seus filhos. Marchamos sobre a pobreza até que não haja famintos que perambulam pelas ruas das nossas cidades grandes e pequenas, procurando um emprego inexistente.

Marchamos sobre as urnas eleitorais até os algozes racistas desaparecerem da arena política. Marchamos sobre as urnas eleitorais até os Wallace do nosso país se retirarem tremendo em silêncio.

O Wallace citado acima foi um dos principais defensores das leis racistas estadunidenses. No atual cenário político brasileiro, não é difícil imaginar quem seriam os Wallaces a ser combatidos.

Mas a referência ao ato de marchar implica grandes mobilizações sociais. A direita não será derrotada pelo voto. Quem pensa assim, precisa lembrar de uma outra frase famosa de King:

O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons.

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