Doses maiores

30 de abril de 2018

Alguns “podres” de Gandhi

Mohandas Gandhi é daqueles em relação a quem até os que dele discordam podem pensar algo como “mal não faz”.

Mas isto está longe de ser verdade. É o que mostra Domenico Losurdo, em seu livro “A Não Violência Uma história fora do mito”.

Comecemos pela postura de Gandhi em relação à I Guerra Mundial. Em uma carta de 6 de julho de 1918, ele afirma:...em circunstâncias excepcionais a guerra pode ser um mal necessário”.

Mal necessário para quê? Para livrar a Índia do domínio britânico. Como? Participando do conflito ao lado dos ingleses. Em sua autobiografia, Gandhi diz:

Se queríamos melhorar nossa condição com a ajuda e a colaboração dos ingleses, era nosso dever ganhar seu favor ficando a seu lado no momento da necessidade.

Convencido da correção dessa ideia, ele se compromete a recrutar 500 mil homens para o exército britânico.

Gandhi não cansa de repetir que a Índia deve estar pronta a “oferecer na hora crítica todos seus filhos em sacrifício ao Império” ou “temos que dar cada homem de que dispomos para defender o Império”.

Ao mesmo tempo, acredita manter intacta sua fé na não-violência:

Não há nenhum discurso meu para o recrutamento em que eu tenha dito: “Partamos e matemos os alemães.” Meu lema é: “Partamos e morramos pela causa da Índia e do Império.”

Como diz Losurdo:

Em vez de seguir uma política de não-violência, Gandhi empurra camponeses desavisados a participar de um conflito que está acontecendo a milhares de quilômetros longe de suas casas.

Mas há coisas piores na biografia de Gandhi. Aguardem.

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