Doses maiores

22 de março de 2017

Eleanor Marx no trabalho de base

Os Irmãos Grimm, Shakespeare, Aristóteles, Balzac, Dickens, Goethe, Shelley, Blake, Hegel, Rousseau, Fourier e Darwin. O Talmud em hebraico e holandês, versões da Bíblia em alemão e em inglês. Estes são apenas alguns mestres e obras com que Marx e Engels educaram Eleanor. Sempre em casa, pois as escolas para meninas da época só ensinavam os deveres básicos para futuras “donas do lar”.

Mesmo assim, Eleanor e sua família jamais olharam com arrogância os que não tinham acesso a essa “alta cultura”. Ao contrário. Segundo conta Rachel Holmes em sua biografia sobre Eleanor, quando a Internacional foi fundada, Marx e Engels escreveram:

...formulamos muito claramente a palavra de ordem: a emancipação dos trabalhadores deve ser conquistada pelos próprios trabalhadores. Portanto, não podemos nos associar a pessoas que declaram abertamente que os trabalhadores não são instruídos para se emanciparem e devem ser libertados a partir do alto por grandes e pequenos burgueses filantropos (...), e que devem se colocar sob a liderança dos proprietários “educados", que saberiam o que é bom para eles.

A militância de Eleanor sempre foi coerente com estes princípios. Ela participou da formação do braço sindical das mulheres do setor de gás na Inglaterra. Também ajudou a organizar a luta dos estivadores.

Apesar disso, ela só conseguia participar dos encontros sindicais na condição de intérprete e jornalista. Para o machismo dos sindicalistas da época, falar e escrever em três línguas não a qualificava como trabalhadora.

Mas essas dificuldades jamais a fizeram duvidar de que o socialismo só poderia ser construído por iniciativa da maioria explorada e com a presença decisiva das mulheres.

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