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8 de março de 2017

A dignidade negra e feminista de Sojourner Truth

Angela Davis é uma militante socialista estadunidense que ficou famosa por sua participação no Partido dos Panteras Negras, na década de 1970.

Recentemente, foi lançado no Brasil seu livro "Mulheres, raça e classe", no qual defende a profunda ligação entre a luta anticapitalista, o feminismo e o combate ao racismo.

Uma das personagens heroicas citadas na obra é Sojourner Truth, que nasceu escrava, mas tornou-se liderança da luta feminista e antirracista da segunda metade do século 19, nos Estados Unidos.

Sua participação na Convenção de Mulheres em Akron, Ohio, em 1851, marcou época. Foi lá que ela fez o discurso “Então, não sou uma mulher?”, que se tornou lendário.

Mas, no mesmo evento, houve outro momento memorável. Foi quando, diante do argumento de que a supremacia masculina era um princípio cristão, ela perguntou:

De onde é que Cristo veio? De Deus e de uma mulher! O homem não teve nada a ver com isso!

E aos que acusavam Eva de ter cometido o primeiro pecado, respondeu:

Se a primeira mulher que Deus fez foi forte o suficiente para colocar o mundo de pernas para o ar, muitas mulheres unidas podem facilmente colocá-lo no lado certo.

Os homens presentes ficaram mudos. Frances Dana Gage presidia a convenção e descreveu o impacto do discurso desse modo:

Ela levou-nos nos seus fortes braços e carregou-nos firmemente para fora das dificuldades, mudando a maré a nosso favor.

Além de Sojourner, Harriet Tubman, Ida Wells e Rosa Parks são outras personagens importantes do livro. Ao lado da própria autora, suas vidas tornaram mais dignas não apenas as mulheres, mas a humanidade.

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