Doses maiores

9 de fevereiro de 2017

Trump e seus algoritmos suicidas

Estamos muito felizes que nossa abordagem revolucionária de comunicação dirigida por dados tenha desempenhado papel tão essencial na extraordinária vitória do presidente eleito Trump.

As palavras acima foram atribuídas a Alexander Nix, executivo britânico da Cambridge Analytica. Estão no artigo “Big Data: Toda democracia será manipulada?”, publicado no portal Caros Amigos, em 06/02.

Segundo o texto, a Analytica estaria por trás da campanha online de Trump, assim como de parte da campanha “Brexit”, na Inglaterra. Atualmente, Nix considera inúteis campanhas de marketing que tratam de forma uniforme grupos sociais inteiros.

Por exemplo, enviar as mesmas mensagens a todas as mulheres em razão do seu gênero, ou a “todos os afroamericanos por causa de sua raça.” Já não se fazem mais campanhas baseadas “em demografia”, diz ele. No lugar dela, entraram os algoritmos.

Com base neles, afirma Nix, fomos “capazes de formar um modelo para diagnosticar a personalidade de cada um dos adultos dos Estados Unidos.” Essa metodologia teria permitido à campanha de Trump concentrar-se em determinados segmentos, deixando outros de lado. Cabos eleitorais, por exemplo, sabiam quais casas visitar em busca de votos e quais ignorar.

A façanha teria sido possível graças à vinculação de certos produtos e mensagens de marketing a características da personalidade dos consumidores. Tudo capturado em tempo real por meio de redes como WhatsApp e Facebook, movimentações financeiras e compras.

Assusta. Mas é só mais um passo na captura definitiva da política institucional pelo poder econômico. É a democracia colonizada pelo capital e o consumidor no lugar do eleitor. No comando, um vendedor maluco oferecendo um test drive suicida ao planeta.

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