Doses maiores

1 de setembro de 2016

No horário eleitoral, o sabão de Hitler

“Propaganda eleitoral inconsequente’ é o título do artigo publicado pelo publicitário Chico Santa Rita no Globo, em 30/08/2016.

Alguns trechos:

Imagine a sua televisão em casa com 140 comerciais de 30 segundos de campanha eleitoral diários. Imagine que isso dure 35 dias, ininterruptos.

... a maior parte da população (classes C, D e E) se informa e baseia seu voto através do horário eleitoral. Segundo o DataFolha de agosto/2014, 34% do total de eleitores julgam que ele é “muito importante”; outros 29% o consideram “um pouco importante”.

...pesquisas publicadas e outras a que temos tido acesso mostram que o eleitor(a) está muito apático... mas aguarda o horário eleitoral para definir seu voto.

Em relação à mudança das regras para a propaganda eleitoral na TV, ele esclarece que no modelo anterior, os comerciais que apareciam durante a programação ocupavam 30 minutos diários em 45 dias. Pelas novas regras, serão 35 dias durante 70 minutos. “O tempo da propaganda não foi diminuído, mas sim concentrado e aumentado”, conclui o texto.

O que o artigo não diz é que uma das consequências mais graves dessa mudança é o aumento da tendência a fazer campanhas no formato “propaganda de sabão”. Um fenômeno que agrava a já enorme despolitização dos processos eleitorais.

O que também não está no texto de Santa Rita é o que disse Hitler em seu livro “Minha Luta”. Para ele, a propaganda política correta deveria tomar como modelo uma peça publicitária de... sabão.

E não nos esqueçamos, Hitler chegou ao poder montado em milhões de votos.

Leia também: A saída é política, não institucional

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