Doses maiores

18 de setembro de 2016

Na pré-história, faça amor, não faça guerra

“First Peoples” é uma das mais recentes séries do PBS, canal educativo estadunidense. O documentário revela fatos muito interessantes sobre a trajetória que nossa espécie iniciou uns 200 mil anos atrás.

Há algum tempo, por exemplo, sabemos que não descendemos dos neandertais ou de outras linhagens humanas extintas, como o “Homo erectus”, o “Homo heidelbergensis” ou os Denisovanos. Elas correspondem a ramos evolutivos paralelos ao nosso.

Mas a série desmente uma crença que interessa aos que tentam tornar a competição selvagem característica inerente à natureza humana. A de que acabamos dominando o planeta porque usamos nossas capacidades superiores para eliminar rivais pré-históricos.

Claro que deve ter havido alguma hostilidade entre povos tão diferentes. Mas evidências mostram que os contatos amigáveis prevaleceram e levaram ao que os cientistas chamam de “hibridação”. Ou seja, ao bom e velho “faça amor, não faça guerra”. 

Um caso interessante é o da queratina. Herdada dos Neandertais, ela tornou nossa pele mais resistente a climas frios. Já os Denisovanos, deram aos tibetanos a capacidade de viver sem dificuldades a 4 mil metros de altura, graças à menor quantidade de hemoglobina em seu sangue.

Falando em sangue, há vários tipos de glóbulos brancos espalhados pelas populações humanas no planeta. Isso é bom porque aumenta nossa imunidade. E parte desta diversidade pode ser consequência dos carinhos que trocamos com nossos primos extintos.

Essas descobertas mostram como diversidade, tolerância e solidariedade foram importantes na formação da humanidade. Desautorizam teses conservadoras, que preferem acreditar em competição feroz e pureza racial.

Apesar disso, os defensores dessas ideias continuam por aí, rosnando e arrastando suas clavas .

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