Doses maiores

15 de agosto de 2016

O ministro da Saúde e os esgotos

Cada vez que Ricardo Barros dá uma declaração, impossível não pensar nos esgotos do País. É o que nos leva a concluir o artigo “Indústria da doença, lucro vertiginoso”, publicado por Leandro Farias no portal Saúde Popular, em 11/08.

Farmacêutico Sanitarista da Fiocruz, Farias afirma que “apenas 48% dos domicílios brasileiros têm coleta de esgoto”. Enquanto isso, o SUS registrou em 2013 mais de 340 mil internações por infecções gastrointestinais no país. Cada “internação por essa patologia no SUS”, diz ele, custou “cerca de R$ 355,71 na média nacional”.

Ao mesmo tempo, “a Organização Mundial da Saúde, reforça o autor, afirma que “cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 em saúde”.

O artigo também apresenta os generosos números dos negócios que exploram a saúde pública:

De acordo com o IBGE, o único setor que não sofreu queda nas vendas em 2015 foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que cresceu 3%. Os números da administradora de planos de saúde Qualicorp são claros: a empresa obteve lucro de R$ 61,4 milhões só no último trimestre de 2015, apresentando um avanço de 224% em relação ao mesmo período de 2014.

Com sua obsessão por planos de saúde, Ricardo Barros é representante direto desse mercado no governo. O mesmo governo que pretende piorar a situação, privatizando o saneamento básico e entregando mais um serviço público para a exploração pelo mercado.

E nem adianta argumentar que o objetivo é estancar a imundície que vaza das fossas nacionais. Fosse essa a intenção, não teríamos o ministro da Saúde que temos.

Leia também: Contra o impeachment... do SUS

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