Doses maiores

17 de junho de 2016

Contra o terrorismo imperialista, nossos territórios ideológicos

“Eles fazem parte de uma comunidade imaginária”. Estas palavras são de Marc Sageman, ex-oficial de operações da CIA, publicadas pelo Globo em 16/06. Referem-se a terroristas que matam em nome do Estado Islâmico (EI) ou da Al Qaeda em vários lugares do mundo.

Seria o caso de Omar Mateen, que teria jurado lealdade ao Estado Islâmico antes de promover o massacre de Orlando.

A descrição de Sageman lembra o conceito de “comunidade imaginada”, do estudioso britânico Benedict Anderson. Para ele, as nações também podem ser consideradas comunidades imaginadas.

Afinal, a definição de fronteiras não tem nada de natural. Ao contrário, muito frequentemente são produto de relações de poder das mais violentas. A grande maioria das “nações” nasceu a partir de massacres que deixariam o EI morrendo de inveja.

É o caso da unificação do próprio território estadunidense, garantida pela matança e escravização de indígenas e negros e pelo massacre de rebeldes sociais. O mesmo pode ser dito da “nação brasileira”.

Mas, mais que comunidades imaginadas, o imperialismo é especialista em criar estados artificiais para servir a seus objetivos. É o caso de Israel, Iraque, Jordânia e Palestina. Todos criados por razões geopolíticas alheias aos interesses de seus povos.

Foi assim que a maior região petrolífera do mundo se tornou também cenário das piores carnificinas. A grande maioria delas feita a mando dos poderes imperiais, tendo o estado israelense à frente.

São estas entidades abstratas que promovem matanças muito concretas e dolorosas pelo planeta. Contra elas, precisamos continuar construindo, defendendo e ampliando nossos territórios ideológicos, em cujas fronteiras só cabem os explorados e oprimidos do mundo.

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