Doses maiores

14 de março de 2016

Genoino, profeta do próprio apocalipse

Em 10/03, Mauro Iasi publicou no blog da Boitempo o ótimo artigo “A crise do PT: o ponto de chegada da metamorfose”. Iasi é autor de uma tese de doutorado que se transformou no livro “As metamorfoses da consciência de classe: o PT entre a negação e o amoldamento”, lançado em 2006.

No artigo, Iasi volta a fazer uma citação que aparecia em seu estudo:

Genericamente, na sociedade industrial moderna, os partidos políticos da ordem nascem e atuam fundamentalmente no terreno das instituições representativas do Estado. O seu modo de ser e sua atuação política têm como referência e destino estar aí, operando em algum dos aparatos do Estado. A forma como estes partidos se organizam e se estruturam já vem marcada por este objetivo interesseiro, o de conservar a funcionalidade do estado de coisas estabelecido. Ou, no máximo, moldando as exigências de mudanças a um esquema de representações significativas que não abalem os alicerces das relações sociais determinadas pelo conservadorismo. Estes partidos mantêm uma relação com as massas populares essencialmente manipulatória, fazendo-as crer que a sociedade (e o Estado) só terá garantias de funcionamento se determinados limites não forem ultrapassados e se determinados esquemas funcionais forem mantidos. E não poucas vezes, a manipulação e a mentira são revestidas com discursos moralizantes para encobrir a sua descarada hipocrisia.

Seu autor é José Genoino e está no livro “Pra que PT?”, organizado por Moacir Gadoti.

A publicação é de 1989. O que era para ser uma análise sobre as fileiras inimigas tornou-se uma profecia que se voltou contra seu autor e o partido que viria a presidir.

Leia o artigo, aqui.

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