Doses maiores

8 de março de 2016

Dia Internacional da Luta Feminista

Pelo menos 35,5 milhões de menores de cinco anos passam mais de uma hora por dia sozinhos ou sob a supervisão de outra criança com menos de 10 anos.

Os números são da pesquisa “Trabalho de Mulher: Mães, Crianças e a Crise na Assistência à Infância”, realizada pela organização britânica “Overseas Development Institute” e publicada pelo El País, em 06/03.

Trata-se de “uma crise mundial de assistência à infância que atinge em cheio os mais pobres”, dizem os autores do estudo.

O “trabalho não remunerado de atenção à criança representa 10 bilhões de dólares por ano”, conclui o levantamento. O valor representa 13% do PIB mundial.

A pesquisa constatou também uma diferença salarial de 42% a menos para as mães trabalhadoras em “países em desenvolvimento”, 37% na China e 21% no Reino Unido.

Por fim, o levantamento descobriu que somadas as responsabilidades remuneradas e não pagas, as “mulheres trabalham, em média, cinco semanas a mais por ano do que os homens”.

Na verdade, quem está ganhando com essa situação são os patrões, que livram de seus custos de produção os desembolsos com creches, auxílio-escolar e isonomia salarial.

No Brasil, não poderia ser diferente. Acabamos de saber pelo IBGE, por exemplo, que a jornada de trabalho semanal feminino ultrapassa em 5 horas a jornada masculina.

E é no Brasil, também, que temos uma mulher na presidência disposta a negociar mudanças na Previdência que prejudicam as trabalhadoras. Especificamente, com o aumento do tempo para a aposentadoria.

A resposta só pode ser feminista. Com mais resistência e mais luta!

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