Doses maiores

14 de fevereiro de 2016

O zika e a indústria de venenos

Ao contrário de “zika”, “piriproxifeno” é uma palavra difícil de escrever e quase impossível de pronunciar. Seria por isso que grande imprensa e autoridades a vêm ignorando, mesmo que possa estar relacionada ao recente surto de microcefalia no País?

Provavelmente, não.

Piriproxifeno é o nome de um larvicida usado no Brasil desde 2014 para impedir o desenvolvimento da larva do “Edes Egípcio” em água potável.

O problema é que a associação médica argentina “Physicians in the Crop-Sprayed Towns” e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) suspeitam seriamente de que o “piri alguma coisa” tenha papel importante na cadeia de causalidade da microcefalia.

Afinal, o zika foi descoberto há 70 anos e até meses atrás jamais foi relacionado à má formação de fetos.

A própria imprensa vem sendo obrigada a revelar certas informações inconvenientes.

O The New York Times, por exemplo, informou, em 03/02, que o Ministério da Saúde brasileiro constatou que dos 404 casos de microcefalia, somente 17 podem ser claramente relacionados ao vírus do zika.

Em 13/02, o virologista israelense Leslie Lobel disse à Folha que “pode haver uma toxina no ambiente causando a microcefalia concomitantemente com um surto do zika”.

Mas em meio a tantas dúvidas uma coisa é certa. O piriproxifeno é fabricado pela Monsanto, uma das gigantes do agronegócio, grande financiadora eleitoral e importante anunciante da mídia empresarial.

Além disso, transformar o mosquito em alvo exclusivo ajuda muito nas vendas da indústria de pesticidas, mesmo que muitos deles sejam comprovadamente cancerígenos.

Quer uma palavra fácil para ajudar a entender o que está acontecendo? Lucro!

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