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13 de setembro de 2015

A crise do lulismo e o Socialismo do Século 21

O lulismo integra o “Socialismo do século 21”, que é o reformismo contemporâneo na América Latina, representado também pelo chavismo e por Evo, Correa e Kirchner. Esses projetos políticos apresentam características muito diferentes entre si, mas têm como essência a proposta de utilizar o Estado para reformar o capitalismo.

Além disso, vêm se igualando nas seguintes questões:

- Permanência da dependência de suas economias ao mercado externo, principalmente em relação à venda de commodities (petróleo, gás, agronegócio)
- Democratização econômica com ênfase na distribuição da renda e não na desconcentração do patrimônio.
- Nenhuma ou pouca iniciativa em direção a mudanças institucionais que possibilitem maior participação política para a maioria da população.
- Opção pelo sacrifício dos interesses dos setores populares em benefício dos setores dominantes, ignorando, em especial, as reivindicações das populações campesinas e indígenas.
- Ataques ou desrespeito à autonomia dos movimentos sociais.
- Militarização e criminalização das manifestações populares de protesto.
- Abandono da juventude pobre e não branca.
- Em alguns casos, recusa em fazer o enfrentamento aos monopólios de comunicação.

A persistência dos elementos acima está levando o socialismo do século 21 a uma crise que abre caminho para duas grandes respostas possíveis. O retorno ao neoliberalismo puro-sangue ou o rompimento radical com o capitalismo reformado pelo alto. Esta última possibilidade implicaria a renúncia aos poderes estatais e suas armadilhas de classe. Algo que o socialismo do século 21 não está disposto a fazer.

Mas a crise do reformismo não significa que toda luta por reformas esteja destinada ao fracasso. Apenas aquelas que tentam utilizar o Estado para alcançar seus objetivos.

Leia também:
Sobre a crise do lulismo - 2


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