Doses maiores

18 de agosto de 2015

A PM paulista e suas estrelas sangrentas

Henrique Carneiro escreveu “Corporação de SP vê ‘glória’ na repressão”, para a coletânea “Desmilitarização da polícia e da política: uma resposta que virá das ruas”, organizada por Givanildo Manoel da Silva, o “Giva”. 

O artigo conta um pouco da história da PM paulista e começa lembrando que o “batismo de fogo” da corporação foi a repressão à grande greve dos ferroviários, em 1905.

O autor destaca, ainda, as estrelas do brasão de armas da instituição. Elas correspondem a momentos que a corporação considera “heroicos” em sua história. Das 18, a única que simboliza uma ação contra a ordem dominante foi a participação na conservadora “Revolução Constitucionalista” contra Getúlio Vargas, em 1932.

Todas as outras “estrelas” marcam a presença da corporação na repressão violenta a revoltas e levantes populares, dentro e fora do estado. É o caso da rebelião de Canudos, da Revolta da Chibata ou da Greve Geral de 1917, em São Paulo.

Mas um dado bem atual também assusta. Apesar de estar sob administração petista, a capital paulistana tem 90% de suas subprefeituras comandadas por coronéis aposentados da PM. Não à toa, a cidade é marcada pelos maiores índices de violência policial do mundo.

Por outro lado, Carneiro lembra as condições degradantes de trabalho da grande maioria das tropas policiais, com salários baixos e alto índice de mortes e sequelas. Além disso, inexiste liberdade de expressão e de sindicalização na corporação, contribuindo, diz ele, para “uma cultura de submissão e acobertamento corporativo de toda sorte de irregularidades”.

Se o brasão da PM também contabilizasse chacinas de pobres e pretos, seria uma grande galáxia sangrenta.

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