Doses maiores

22 de janeiro de 2015

A ditadura do politicamente imbecil

Muito bom o texto publicado por Alexandre Marini no Observatório da Imprensa em 20/01. Intitulado “O pobre e a liberdade de expressão”, o artigo fala sobre duas colunistas do Globo que nos últimos dias andaram publicando grossas besteiras.

Hildegard Angel e Silvia Pilz deixaram transparecer todo seu preconceito de classe sem maiores pudores. A primeira defendeu restrições ao acesso às praias da zona sul carioca. A segunda reclama de supostas manias hipocondríacas dos pobres.

As madames receberam algumas críticas duras. Foi o bastante para falarem em “ditadura do politicamente correto”. Mas correto está Marini ao afirmar que “não há agremiação do politicamente correto, não há Ministério do Politicamente Correto, nem algo como uma Campanha Nacional da Correção Política”.

Ainda segundo o sociólogo, “o ‘politicamente correto’ não passa de um conceito figurativo presente nas mentes de quem odeia ou desrespeita, usado para eximirem-se das inúmeras bobagens que dizem e escrevem por aí...”

Faltou dizer que difusão de preconceitos contra os mais fracos não é exceção na mídia empresarial. Basta verificar quem realmente ganha exposição nas empresas de notícias e entretenimentos. Datena, Wagner Montes, Danilo Gentili, Rafinha, Luciano Huck são só alguns exemplos.

Isegoria era o nome que os antigos gregos davam ao direito que todos os cidadãos tinham de manifestar sua opinião. Um direito que inexiste no mundo em que vivemos. Uma pequena minoria divulga suas ideias reacionárias nos grandes meios de comunicação e suas vítimas não têm acesso aos mesmos instrumentos para se defender.

Ou seja, se existe algum tipo de ditadura é a da estupidez política e social gerada e reproduzida pelos monopólios de comunicação.

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