Doses maiores

13 de outubro de 2014

O governo petista faz parte da atual onda conservadora

Os resultados das últimas eleições mostram uma onda conservadora no País. Mas não apenas pela chegada com força de Aécio Neves ao segundo turno.

Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o Congresso eleito é o mais conservador desde 1964.

A bancada ruralista, por exemplo, cresceu de 205 parlamentares para 273. Uma maioria capaz de levar à aprovação de medidas ainda mais prejudiciais ao meio ambiente, direitos indígenas, reforma agrária etc.

Já o número de parlamentares ligados à atuação sindical, caiu de 83 para 46. Muito preocupante se considerarmos o projeto-de-lei 4330, em tramitação na Câmara. A proposta pretende liberar de vez a terceirização nas relações trabalhistas.

O Diap também prevê um aumento em torno de 30% de policiais e militares eleitos. Entre eles, o fascista Jair Bolsonaro, campeão de votos no Rio de Janeiro.

Mas vamos a alguns detalhes.

O partido com mais parlamentares ruralistas é o PSC. A sigla dos “pastores” Marcos Feliciano e Everaldo fez parte da base petista até as vésperas das eleições. Já os outros dois partidos mais representativos do agronegócio são PR e PRB, que continuam na coligação liderada por Dilma.

O autor da PL 4330, da terceirização, é Sandro Mabel, do PMDB de Goiás, que faz parte da base governista.

E os petistas têm participação indireta até na votação de fascistas como Bolsonaro e Coronel Telhada. O forte desempenho dessa gente, certamente, foi embalado pela repressão às manifestações surgidas a partir de junho de 2013. Operações que os governos petistas não só apoiaram como comandaram.

A onda conservadora existe e é grave. O governo petista faz parte dela.

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