Doses maiores

4 de junho de 2014

O “capitalismo selvagem” e a sexta grande extinção

Em 20/05, o jornal “The Guardian” publicou o artigo “O capitalismo selvagem está de volta e não irá se domesticar”, do antropólogo David Graeber.

Segundo ele, os capitalistas somente admitem abrir mão de parte de seus imensos lucros quando seus interesses estão seriamente ameaçados. Foi o que aconteceu entre o término da 2ª Guerra e o final dos anos 60.

Diante da ameaça “comunista” e das revoltas nacionais em várias partes do globo, abriu-se um pequeno período de expressiva diminuição da desigualdade social. Agora, diz Graeber, sem nada a ameaçar o sistema, a tendência seria a volta de um “capitalismo selvagem”, sem qualquer freio.

No mesmo dia, o portal G-1 divulgou um estudo que mostraria que o “Homem acelerou em mil vezes a taxa de extinção de espécies”. Segundo a matéria, “antes dos humanos, o ritmo de extinção era de uma espécie a cada 10 milhões por ano”. Atualmente, seria de 100 para cada 1.000 anuais.

A reportagem afirma que a Terra já passou por cinco grandes extinções antes de nossa existência. Mas poderíamos ser os responsáveis pela próxima. E cita as extinções do pássaro Dodô, do Lobo-da-Tasmânia e do Lobo-das-Malvinas, todas causada por nós.

Mas o fato é que só passamos a provocar o desaparecimento de outras espécies a partir do século 17. Exatamente quando surgia o capitalismo, que tornou central a destruição da natureza em nossa relação com o planeta.

Na verdade, o “capitalismo selvagem” nunca foi embora. E os animais que o controlam podem estar preparando mais uma grande extinção. O maior o risco é que venha a ameaçar nossa própria espécie.

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