Doses maiores

4 de fevereiro de 2014

Rosa Luxemburgo, os primeiros cristãos e o último Papa

Em janeiro, completaram-se os 95 anos da morte de Rosa Luxemburgo. A obra da grande revolucionária polonesa ainda é pouco conhecida. Uma lacuna que a esquerda terá que preencher se quiser realmente transformar o mundo.

Uma de suas obras mais interessantes é  “O Socialismo e as Igrejas”, publicada em 1905. Lembrando o ódio da alta hierarquia católica aos revolucionários, Rosa lembra:

...é chocante notar que os padres de hoje, que combatem o comunismo, condenam, na realidade, os primeiros apóstolos cristãos. Estes não passaram, de fato, de ardentes comunistas.

A confirmar essa avaliação, Rosa cita os versículos 32 a 45 do capítulo 4 dos Atos dos Apóstolos. É uma descrição da primeira comunidade cristã de Jerusalém:

Todos os que abraçaram a fé estavam unidos e tudo partilhavam. Vendiam as suas propriedades e os seus bens para repartir o dinheiro apurado entre todos, segundo as necessidades de cada um.

A multidão dos fiéis tinha uma só alma e um só coração. Não chamavam de própria nenhuma de suas posses: ao contrário, tinham tudo em comum. Não havia indigentes entre eles... A cada um era repartido segundo a sua necessidade.

Felizmente, desde então, surgiram tendências e correntes internas aos cristãos que procuram honrar seus primeiros antepassados. Por isso mesmo, vêm sofrendo enorme perseguição há décadas. Principalmente, a partir do papado de João Paulo 2º.

O último papa procura demonstrar maior sensibilidade social. Mas seria necessário muito mais que isso. A começar pela venda do gigantesco patrimônio da Igreja Católica e sua partilha entre os pobres. Milagre que jamais chegaremos a presenciar.

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