Doses maiores

21 de outubro de 2013

Os caprichos mesquinhos da economia capitalista

Há poucos dias, democratas e republicanos chegaram a um acordo sobre a dívida pública estadunidense. Miriam Leitão escreveu o seguinte no Globo de 18/10:

Irã e Iraque enfrentaram-se numa guerra, Irã e Estados Unidos são inimigos históricos que começam só agora um diálogo, Hugo Chávez, quando vivo, não perdia chance de atacar Washington. Mas todos esses países financiam o Tesouro americano.

A colunista refere-se à montanha de títulos da dívida americana que esses países possuem, juntamente com China e Brasil.

Luís Bassets publicou reportagem sobre o crescimento da extrema-direita na Europa. Em texto publicado no jornal El Pais, em 16/10, ele resumiu a situação:

A esquerda copia a direita em economia. A direita, a esquerda em divisões e falta de lideranças. Ambas copiam a extrema-direita em seus gestos contra a Europa e contra a imigração. E aí está o resultado: a extrema-direita ganha eleições parciais e se situa pela primeira vez à frente das pesquisas, concretamente, para as eleições europeias.

O que há de comum entre a primeira e a segunda observação? O domínio quase absoluto da economia sobre a política. As enormes diferenças entre Irã, Venezuela, China, Brasil quase desaparecem diante da dependência dessas economias em relação à moeda imperial americana.

Na Europa, tudo começa pela esquerda “copiando a direita em economia”. O resto é consequência. As divisões da direita não atrapalham em nada as enormes taxas de lucros das grandes corporações. A xenofobia é resultado da liberdade de circulação apenas para as mercadorias.

Pode parecer reducionismo. Mas assim é o capitalismo. A cada crise, nos tornamos mais escravos dos mesquinhos caprichos de sua economia.

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