Doses maiores

27 de agosto de 2013

Os melhores filhos e filhas do povo estadunidense

Chelsea Manning ficou famosa quando ainda a chamavam de Bradley Manning e era soldado do Exército dos Estados Unidos. Nesta condição foi preso e processado por divulgar informações sigilosas do governo de seu país. Sua detenção aconteceu em 2010, enquanto ainda servia às tropas americanas no Iraque.

No último dia 22/08, Manning declarou que se considera mulher e pediu para ser chamada de Chelsea. A decisão é ainda mais corajosa porque a ex-soldado manteve a denúncia da política assassina do governo americano.

Estamos na iminência de mais uma possível intervenção militar do imperialismo ianque. Desta vez, na Síria. Uma carta recentemente divulgada por Chelsea talvez ajude a alertar para a necessidade de protestar contra mais este ataque americano a um povo.

Com a desculpa de deter os massacres da sangrenta ditadura Assad, as tropas estadunidenses pretendem promover suas próprias matanças. Referindo-se à reação após o 11 de Setembro, Chelsea afirma em seu texto:

Prendemos indivíduos em Guantánamo por anos, sem os devidos processos. Inexplicavelmente, fazíamos vista grossa às torturas e execuções praticadas pelo governo do Iraque. E engolíamos muitas outras coisas em nome da nossa guerra ao terror.

E citando o historiador Howard Zinn, Chelsea repete uma de suas certeiras frases sobre as consequências do estúpido patriotismo americano: “Não existe uma bandeira grande o suficiente para cobrir a vergonha de matar tanta gente inocente”.

No título de sua carta, Chelsea diz: “Na guerra, EUA esqueceram sua humanidade”. Mas a melhor parte da humanidade não esquecerá o heroísmo de muitos filhos e filhas do povo estadunidense.

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