Doses maiores

16 de julho de 2013

As manifestações de junho e a China

“China coloca pé no freio”, diz a manchete de economia de O Globo, em 16/07. A redução do crescimento do gigante asiático assusta o mundo. Em especial, países como o nosso. Desde 2009, a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos.

Até maio de 2013, o comércio sino-brasileiro ultrapassou US$ 32 bilhões, contra US$ 24 bilhões no comércio com os americanos. A má notícia é que as compras chinesas devem sofrer forte queda. Resultado da priorização do consumo interno determinado pelos dirigentes do país.

A outra ameaça vinda do gigante asiático não afetaria apenas o Brasil. O mundo todo pode ficar de cabelo em pé. Na mesma edição de O Globo, um entrevistado alerta: “O risco de colapso do tipo Enron ou Lehman Brothers, nos próximos anos, vem da China”.

Quem avisa é Arturo Bris, referindo-se “à fraude contábil descoberta após o estouro da bolha tecnológica, em 2000, e ao estopim da crise mundial de 2008”. Segundo ele, “o problema social que uma implosão ou ruptura no sistema financeiro provocaria seria gigantesco.”.

As manifestações iniciadas em junho aconteceram em uma situação econômica relativamente tranquila. O povo brasileiro não foi para as ruas no auge do desespero. Isso quer dizer que Dilma e seus colegas de poder ainda teriam tempo para preparar medidas preventivas.

Mas a aliança de classes que governa o País sufoca qualquer medida que se distancie da essência neoliberal da política econômica. Trocar o agronegócio pela Reforma Agrária? Romper com a ditadura do superávit primário e da dívida pública? Esqueçam. O jeito é continuar nas ruas.

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